Influencer suspeito de adulterar anabolizantes usando tempero de cozinha tinha famosos divulgando marca

Produtos GPharma apreendidos em operação que investiga fábrica clandestina de anabolizantes em Anápolis, Goiás — Foto: Márcio Freire/TV Anhanguera

Investigação mostrou que Vinícius Freire levava uma vida de alto padrão em um condomínio de Goiânia, com carros de luxo e joias. Polícia diz que é a maior fábrica ilegal de anabolizantes do país.

O influencer fitness Vinícius Freitas, que se apresenta como Vini Wizard, foi preso suspeito de chefiar uma fábrica ilegal de anabolizantes. De acordo com a Polícia Civil, famosos eram contratados para divulgar produtos da marca, que nos produtos apreendidos leva o nome de “GPharma”. 

g1 não conseguiu contato com a defesa de Vinícius até a última atualização desta reportagem. 

A prisão do suspeito aconteceu nesta quarta-feira (26) e, além dele, foram presas 16 pessoas suspeitas de integrar a fábrica ilegal que, para a polícia, é considerada a maior do Brasil. De acordo com o delegado Jorge Bezerra, a fábrica de Vinícius usava o tempero de cozinha “colorau” para dar cor aos esteróides e simular a testosterona sintética.

O perfil do suspeito beira 10 mil e ele se apresenta com as seguinte descrição: 

  • Coach bodybuilding
  • Nutricionista
  • Consultorias, Psicologia, Conhecimento

g1 não conseguiu informações junto aos conselhos de educação física e nutrição para checar se Vinícius havia formação e era credenciado para tais atuações.

Produtos GPharma apreendidos em operação que investiga fábrica clandestina de anabolizantes em Anápolis, Goiás — Foto: Márcio Freire/TV Anhanguera 

Vida de luxo

De acordo com o delegado Jorge Bezerra, o investigado levava uma vida de alto padrão em um condomínio de Goiânia, com carros de luxo, entre eles uma BMW, e joias. 

“O aluguel da casa era R$ 19 mil por mês e ele adiantou dois anos de pagamento. No total, são mais de R$ 31 milhões sequestrado nas contas [dos envolvidos], referente a todo o faturamento ilegal no Brasil”, disse o delegado. 

Influencer fitness Vinícius Freitas, que se apresenta como Vini Coach, foi preso suspeito de chefiar uma fábrica ilegal de anabolizantes em Anápolis, Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Influencer fitness Vinícius Freitas, que se apresenta como Vini Coach, foi preso suspeito de chefiar uma fábrica ilegal de anabolizantes em Anápolis, Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais

GPharma

g1 entrou em contato com quatro números de telefone disponíveis no site da GPharma. Apenas um deles respondeu e informou que a empresa não tem nenhuma ligação com a fábrica clandestina de anabolizantes. Sobre as fotos que mostram produtos apreendidos com a logomarca da empresa, a marca disse: 

“No Brasil, nossos produtos são utilizados por atletas e praticantes de diversos esportes. Entendemos que existe interesse de marcas por trás disso. Mas não temos a ver com essa operação. Temos uma sede farmacêutica no Reuno Unido, as importações podem ocorrer mas é de forma desconhecida”, disse um representante. 

A operação

De acordo com o delegado, o chefe do esquema é influente nas redes sociais e também usava seu perfil para vender os produtos. A investigação apontou que ele fazia o uso de anabolizantes, mas não dos produtos que ele mesmo fabricava. “Ou seja, não confia na própria produção e sabe dos riscos”, descreveu a corporação. 

O delegado explicou ainda que o grupo produzia duas marcas dos anabolizantes e, no Brasil, tem o perfil mais seguido do ramo, além de patrocinar os maiores influencers brasileiros no segmento. O nome dos influenciadores e das marcas não foram divulgados. 

Profissional de educação física chefe de fábrica ilegal de anabolizantes tinha vida de luxo e usava tempero de cozinha para fazer substâncias em Goiânia Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Profissional de educação física chefe de fábrica ilegal de anabolizantes tinha vida de luxo e usava tempero de cozinha para fazer substâncias em Goiânia Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil

Investigação

Jorge Bezerra explicou que a investigação começou há cerca de um ano, quando a polícia recebeu a informação de que um grupo estava fabricando e revendendo anabolizantes adulterados em Anápolis

A polícia estima que o grupo tenha cerca de 40 pessoas. No entanto, na primeira fase da operação, chamada de “Operação Bomb”, foram presos os principais integrantes, que ocupavam a liderança, cargos de gerentes, coordenadores de produção e produtores. 

Material encontrado pela polícia durante operação de combate a fabricação e distribuição de anabolizantes adulterados, em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil
Material encontrado pela polícia durante operação de combate a fabricação e distribuição de anabolizantes adulterados, em Goiás — Foto: Divulgação/Polícia Civil 

Além dos mandados de prisão, a polícia cumpriu 23 de busca e apreensão. Segundo o delegado, a maioria dos mandados foi cumprida em Anápolis. Um deles em Goiânia e outro em Silvânia.

“A investigação continua, precisamos capturar todos os elementos e delimitar essa quadrilha”, finalizou o delegado.

A investigação mostrou ainda que o grupo criminoso criou uma empresa de transportes, em Anápolis, apenas para distribuir os esteróides anabolizantes.

G1

Fonte TBN – Link Original

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