O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira, 5, apoio à vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, na corrida presidencial de 2024, em detrimento do ex-presidente Donald Trump. A declaração foi feita durante o Fórum Econômico do Oriente, realizado no leste da Rússia.
Putin, ao ser questionado sobre a eleição americana, sorriu e disse que “caberá ao povo americano decidir”, mas acrescentou que, como o presidente Biden apoia Kamala, “nós também a apoiaremos”. Ele elogiou a maneira como ela ri, afirmando que “isso significa que tudo está bem com ela”.
Segundo analistas, Putin considera Kamala mais fácil de manipular. No entanto, a inteligência dos EUA ainda acredita que Putin preferiria ver Trump novamente na Casa Branca, dado o impacto que sua presidência teria nas relações com a OTAN e na política externa.
Putin também sinalizou disposição para retomar negociações de paz com a Ucrânia, afirmando que “se houver desejo por parte da Ucrânia em continuar com as negociações, estou disposto a isso”. Essa postura contrasta com declarações anteriores, nas quais rejeitava qualquer diálogo devido ao conflito em andamento.
Em visita à Mongólia, Putin comentou o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional. Apesar da pressão internacional, a Mongólia recebeu Putin com honras militares e tapete vermelho, priorizando sua relação com a Rússia.
A Ucrânia pediu que a Mongólia prendesse Putin e entregasse-o ao TPI, enquanto a União Europeia expressou preocupação com a decisão do país de não cumprir o mandado. Organizações como a Anistia Internacional também instaram o governo mongol a seguir suas obrigações legais, mas Ulaanbaatar manteve-se firme em seu apoio ao presidente russo.
Putin reafirmou que a principal meta da Rússia continua sendo a captura da região de Donbas, na Ucrânia. Ele minimizou o impacto da incursão ucraniana na região de Kursk, assegurando que as operações militares russas no Donbas não foram afetadas. O presidente russo ainda se disse aberto a negociações, desde que com base nos acordos estabelecidos em Istambul, em 2022.
No campo diplomático, Putin destacou que mantém conversas constantes com Índia, China e Brasil sobre o conflito na Ucrânia, indicando que esses países desempenham esforços sinceros para ajudar na resolução do impasse.
Internamente, a Rússia enfrenta uma série de ataques aéreos ucranianos, além de sanções internacionais que continuam a impactar a economia. Recentemente, um alto oficial militar russo foi preso por acusações de corrupção.
Fonte: O Antagonista