Ofuscado pelo agravamento do escândalo das joias envolvendo Jair Bolsonaro, o lançamento do novo PAC por Lula, no Rio de Janeiro, externou dois problemas do presidente da República.
O primeiro é político. Lula teve que fazer um baita aceno a Arthur Lira.
O gesto aconteceu porque a semana que se inicia neste domingo, 13, será marcada finalmente pelo avanço da aliança com PP e o Republicanos – os beneficiários da primeira reforma ministerial do petista. Na negociação com o centrão, o presidente da Câmara não só será fundamental, mas é o principal interessado no acordo.
Disse o presidente em solo carioca, quase batendo continência ao antagonista: “O Arthur Lira, por exemplo, é nosso adversário político desde que o PT foi fundado e vai continuar sendo nosso adversário. Nós temos momentos de campanha em que nós vamos nos xingar, falar mal um do outro, mas, quando acaba a eleição, que cada um assuma seu posto. Ele não está aqui como Arthur Lira, mas como presidente da instituição que o Poder Executivo precisa mais dela, do que ela do Poder Executivo. Não é o Lira que precisa de mim. Eu é que preciso dele para colocar em votação [os projetos do governo]”.
Lula exagerou sobre o papel do político alagoano na época da fundação do PT.
Quando Lira assumiu seu primeiro mandato de vereador de Maceió, em 1993, o Partido dos Trabalhadores já existia há treze anos. Antes disso, Lira atuou no movimento estudantil de forma tímida, sem chamar a atenção da legenda de esquerda.