Vilma da Conceição Pinto, diretora da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, afirmou, em entrevista à CNN neste domingo (13), que a abertura de exceções às regras da meta fiscal levanta dúvidas a respeito da credibilidade com o seu cumprimento por parte do Governo Federal.
A economista ressaltou que a decisão de retirar R$ 5 bilhões de investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) feitos por empresas estatais causa preocupação a respeito da gestão dos gastos públicos.
A meta de déficit de gastos para as empresas estatais federais é de R$ 7,3 bilhões e a proposta enviada pelo Governo Lula prevê que esses R$ 5 bilhões não entrariam na conta desenhada pela meta fiscal.
“O déficit dessas empresas estatais poderia ser ainda maior. Isso de fato traz uma preocupação do ponto de vista da credibilidade das regras fiscais, em como isso vai ser conduzido e como esses resultados vão de fato geral um cenário de sustentabilidade para as contas públicas”, afirmou Vilma.
No entanto, a diretora do IFI pondera que o Governo Federal tenta se esforçar e criar caminhos para ampliar o investimento federal sem comprometer o equilíbrio fiscal.
“Se a gente observar o investimento público do Governo Federal, já tem uns 6 anos que o investimento líquido do governo é negativo. Ou seja, o que o Governo investe diretamente não é suficiente para cobrir a depreciação do capital. Há uma necessidade de expandir investimentos públicos e alguns caminhos estão sendo apresentados”, explica.