A Suprema Corte ordenou uma intervenção e destituiu a direção do Partido Comunista da Venezuela (PCV). A sigla, que faz oposição ao governo de Nicolás Maduro, denunciou neste sábado, 12, que é vítima de um “ataque” ao criticar a decisão da Justiça.
“O governo de Nicolás Maduro consumou um ataque ao Partido Comunista da Venezuela por meio de sentença judicial arbitrária”, afirma a nota. Ainda de acordo com a legenda, os interventores destacados para dirigir o partido são “mercenários a serviço da cúpula do PSUV [Partido Socialista Unido da Venezuela, que governa o país]”.
A Suprema Corte nomeou uma junta diretiva que deve organizar “processos democráticos internos” dentro do Partido Comunista. O grupo será liderado por Henry Parra, que apresentou um recurso contra a direção do PCV em julho do ano passado.
A partido afirma que a medida “não só cria um precedente grave na história política e jurídica do país, como deixa claro o caráter autoritário, antidemocrático e reacionário do governo”.
O PCV foi aliado do ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), mas rompeu com Nicolás Maduro e é crítico da política econômica do governo. Os comunistas foram contra a flexibilização do rígido controle econômico na Venezuela e reclamam da desvalorização da moeda local, corroída pela inflação.
A ordem que destituiu a direção do Partido Comunista da Venezuela lembra a decisão que atingiu a organização Vontade Popular, dos opositores exilados Leopoldo López e Juan Guaidó, em 2020. Naquele mesmo ano, a Justiça também decretou intervenções em outros dois dos principais partidos de oposição: Ação Democrática e Justiça Primeiro.