A atividade física regular pode reduzir o risco de as mulheres desenvolverem a doença de Parkinson em até 25%, conforme demonstrado em um trabalho inédito publicado na revista científica Neurology, conduzido por pesquisadores franceses da Universidade Paris-Saclay. Até agora, alguns estudos haviam mostrado resultados inconsistentes, especialmente em relação aos benefícios para pacientes do sexo feminino.
Os autores observaram que o risco de desenvolver Parkinson diminui à medida que aumenta o nível de atividade física. Aquelas que praticavam mais exercícios, tanto em termos de tempo quanto de intensidade, apresentaram um risco 25% menor em comparação àquelas que se exercitavam pouco.
Segundo o artigo, além de melhorar sintomas motores e não motores da doença, a atividade física pode prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença. “Os estudos sugerem praticar exercícios de quatro a cinco vezes por semana por, pelo menos, 40 minutos, sendo que vários tipos parecem ser benéficos, como dança, esteira, hidroterapia, bicicleta”, diz o neurologista Andre C. Felicio, do Hospital Israelita Albert Einstein.
O Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva, causada pela queda na produção de dopamina, um neurotransmissor envolvido nos movimentos voluntários do corpo, levando à perda do controle motor e a sintomas característicos, como lentidão, rigidez nas articulações e tremores em repouso, além de desequilíbrio, entre outros.
“O efeito benéfico dos exercícios é melhor nos estágios iniciais”, explica o neurologista. Pesquisas em modelos animais mostram que o exercício induz a produção de fatores neurotróficos, substâncias que atuam no crescimento e na sobrevivência dos neurônios.
A pesquisa acompanhou quase 100 mil voluntárias (95.354) ao longo de 3 décadas, a partir de dados de um estudo epidemiológico realizado entre 1990 e 2018 com trabalhadores da área da educação, sendo a grande maioria professoras. Nenhuma tinha a doença no início do acompanhamento.