Reprodução/ Folha de São Paulo
A pandemia de Covid-19 deixou marcas profundas nas crianças, com efeitos que começam a ser mais evidentes agora, anos após o auge da crise sanitária. Estudos recentes apontam que o isolamento social, a interrupção das aulas presenciais e a sobrecarga emocional nas famílias impactaram o desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças em idade escolar. Especialistas observam atrasos no aprendizado, especialmente em leitura e matemática, além de um aumento preocupante em casos de ansiedade e depressão infantil. Esses desafios, segundo pesquisadores, podem se prolongar por anos, exigindo políticas públicas robustas para mitigar os danos.
Outro aspecto alarmante é o impacto na saúde física das crianças. A redução de atividades ao ar livre e o aumento do tempo de tela durante o confinamento contribuíram para um aumento nos casos de obesidade infantil e problemas relacionados à visão, como miopia. Pediatras também relatam maior incidência de transtornos alimentares, associados ao estresse e à mudança de hábitos durante a pandemia. Esses efeitos, combinados com a falta de acesso regular a cuidados médicos durante o período, colocam em risco a saúde de uma geração, demandando ações urgentes de prevenção e acompanhamento.
Para enfrentar essas sequelas, especialistas defendem a ampliação de programas de suporte psicossocial nas escolas e a capacitação de professores para identificar sinais de dificuldades emocionais ou de aprendizado. Além disso, políticas que promovam a prática de esportes e a alimentação saudável são vistas como essenciais para reverter os impactos físicos. O legado da pandemia nas crianças exige um esforço conjunto de governos, educadores e famílias para garantir que os prejuízos não se tornem permanentes, oferecendo às crianças as ferramentas necessárias para superar os desafios impostos por esse período.
Fonte: Folha de São Paulo
