Lula se reúne com ditador acusado de mandar matar jornalista

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O presidente Lula desembarcou nesta terça-feira, 28, na Arábia Saudita. Ele viaja ao país para encontrar-se com a família real saudita, com destaque para o príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman bin Abdulaziz Al Saud.

MBS, como também é conhecido o sucessor do trono, acumula a função de primeiro-ministro do país. Normalmente, é o rei quem exerce o cargo, mas o príncipe substituiu em 2022 o seu pai, Salman bin Abdulaziz Al Saud, porque este sofre de Alzheimer.

O herdeiro do trono saudita é o famigerado príncipe “das joias” de Jair Bolsonaro. Foi ele quem enviou o kit de joias em diamantes ao ex-presidente à ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Segundo encontro do presidente com o primeiro-ministro 

É a segunda vez que Lula e MBS vão se encontrar. A primeira foi em setembro,aproveitando a ocasião da cúpula do G20.

O breve encontro, de cerca de 20 minutos, aconteceu depois de dois adiamentos. Em junho, Lula havia cancelado um jantar que o príncipe lhe ofereceria em Paris.

Já em setembro, eles se encontraram um dia depois do previsto. Daquela vez, foi a delegação saudita que adiou a reunião.

Mandante de morte de jornalista e cúmplice de massacres

Várias acusações de violação dos direitos humanos recaem sobre o governante de 37 anos. A mais divulgada é a suposta autorização, dada por MBS, da captura e assassinato de Jamal Khashoggi, jornalista crítico do regime e refugiado nos EUA.

Jamal Khashoggi, jornalista crítico do regime saudita, morto e esquartejado em 2018. Príncipe é acusado de ter dado o aval | Foto: Alfagih/Wikicommons

Khashoggi foi visto pela última vez, com vida, entrando no consulado saudita em Istambul (Turquia), em 2018. Assassinos a mando do príncipe teriam estrangulado o jornalista e esquartejado seu cadáver.

Nesse mesmo ano, ativistas dos direitos humanos responsabilizaram MBS, à época ministro da Defesa saudita, por ataques aéreos fatais contra civis no Iêmen em 2015. O príncipe seria, portanto, cúmplice de crimes violentos cometidos pelo regime iemenita, incluindo a tortura.

Opressão a cristãos e ao cristianismo

De maioria muçulmana, a população saudita não tem liberdade religiosa. A lei do país proíbe a conversão ao cristianismo, por exemplo. A punição pelo crime (de apostasia) pode chegar à pena de morte.

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Príncipe saudita coleciona graves acusações de violação dos direitos humanos | Foto: Divulgação/wallpapercave

Cristãos, por sua vez não podem manifestar sua fé, publicamente e mesmo dentro de suas casas. O país conta com uma “polícia da fé”. Expressões de culto a Cristo podem levar ao exílio.

Mulheres e LGBTs sujeitos a violência e morte

A mulher não tem permissão de sair à rua sem um familiar masculino. Há o risco, inclusive, de sofrer abuso sexual e ainda ser punida, em vez do agressor.

Homossexuais também sofrem repressão no país dos Saud. A pena para a prática de atos libidinosos entre pessoas do mesmo sexo é a morte.



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