Presidente do IBGE quer mudar divulgação de estatísticas e gera polêmica

Simone planejamento

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Marcio Pochmann, quer mudar a forma de divulgar pesquisas do órgão.

Atualmente, os dados do IBGE são publicizados em coletivas de imprensa. Periodicamente, o órgão informa levantamentos, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, o cálculo da inflação e as estimativas do Produto Interno Bruto.

Pochmann revelou a intenção, durante a posse do economista Daniel Castro como coordenador-geral do Centro de Documentação e Disseminação de Informações, realizada em 24 de outubro. Embora tenha sido transmitido, ao vivo, no YouTube, o ato foi arquivada no canal do IBGE no YouTube, e marcado como “não listado”.

“A comunicação do passado era aquela que o IBGE produzia as informações e os dados, fazia uma coletiva e transferia a responsabilidade para o grande público através dos meios de comunicação tradicional”, disse Pochmann, na ocasião. “Isso ficou para trás.” O presidente do IBGE, contudo, não deu detalhes da nova metodologia.

Polêmica sobre Marcio Pochmann no IBGE começou antes mesmo da posse

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, toma posse em cerimônia no Salão Nobre do Palácio do Planalto – 05/01/2023 | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Desde julho deste ano, quando o nome de Pochmann passou a ser considerado para ocupar o comando do IBGE, membros do governo manifestaram descontentamento, nos bastidores. É o caso de membros da equipe da ministra do Planejamento, Simone Tebet.

Isso porque Pochmann colecionou polêmicas, em sua passagem na chefia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Entre 2007 e 2012, Pochmann afastou técnicos que não compartilhavam de sua linha de pensamento considerada “terraplanista”.

Assim que ocupou o posto, Pochmann expurgou do IBGE o macroeconomista Regis Bonelli, estudioso dos temas da produtividade, Gervársio Rezende, especialista em economia agrícola, e Otávio Tourinho, referência na construção de modelos de equilíbrio dinâmico. Todos “neoliberais”, segundo as críticas que receberam de Pochmann à época.

A escolha de Pochmann partiu do Palácio do Planalto, que tomou conhecimento do nome, por meio de uma entrevista do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta. Simone aceitou sem protestar.

Revista Oeste



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