A defesa de Alicia Muller diz que o trancamento se deu “em virtude do linchamento moral” que ela estaria sofrendo
A estudante Alicia Muller, investigada por ter desviado mais de R$ 927 mil da comissão de formatura da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), trancou o curso na instituição no dia 24 de janeiro. A USP confirmou a informação para a CNN.
Segundo a defesa de Muller, o trancamento do curso de medicina se deu “em virtude do linchamento moral” que ela estaria sofrendo. “Infelizmente, seus pares, quase médicos, agindo dessa forma ao invés de aguardar a polícia e o Judiciário”, diz a nota enviada pela defesa.
“Golpe na USP”
Alicia foi indiciada nove vezes por apropriação indébita pelo desvio de quase R$ 1 milhão da comissão de formatura de sua turma da FMUSP.
No início de fevereiro, a Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão preventiva contra a estudante feito pela Polícia Civil.
O juiz Fabio Pando de Matos concordou com o Ministério Público de São Paulo ao decidir pela negativa e apontou que o inquérito deve retornar ao 16º distrito policial para novas diligências. Ele também negou o pedido feito pela defesa da estudante, que solicitou a devolução do carro alugado e de outros itens apreendidos na casa de Alicia Muller.
O pedido de prisão preventiva será reavaliado após a reunião de novas provas. A Polícia Civil terá 30 dias para dar prosseguimento aos apontamentos da Promotoria. O promotor do Ministério Público de SP entendeu que Alicia cometeu o crime de estelionato e não de apropriação indébita, como apontou a Polícia.
Diferentemente do que ocorre com apropriação indébita, no caso de estelionato, a lei exige uma representação criminal de cada uma das vítimas para o oferecimento da denúncia.
O relatório final do inquérito da Polícia Civil que pediu a prisão preventiva de Muller, afirmou que ela apresentou postura de quem tem certeza da impunidade e jamais deveria exercer a medicina.
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